2015-04-24
Texto: Carlos A Henriques
Um dos pontos fortes em discussão durante a NAB 2015 foi o da Ultra Alta Definição (UHD), vertente 4K (Cinema e Televisão), assim como o 8K, a que os japoneses gostam de apelidar de SHV (Super Hi-Vision).
A procura constante de equipamento que permita responder aos requisitos destas “novas” resoluções, desde a captação até à reprodução em casa dos telespectadores, tem ocupado os centros de desenvolvimento de todo o mundo, em especial o da NHK, Estação Pública de Televisão Japonesa, a qual tem dedicado ao tema, em especial ao 8K, um enorme esforço com o objectivo de as primeiras experiências de transmissão via satélite, já com cariz de alguma maturidade, se realizarem nos próximos Jogos Olímpicos e Paralímpicos que irão realizar-se em 2016, no Rio de Janeiro, rumo aos mesmos Jogos que terão lugar em 2020 em Tóquio.
Para que o desígnio do governo Japonês possa ser levado a bom porto, a indústria tem sido convidada a participar num esforço comum com a NHK, a que a Ikegami disse “presente”, com sucessivas soluções as quais culminaram na apresentação este ano em Las Vegas da primeira câmara portátil para uso em estúdio ou transmissões live do exterior, a SHK-810, a qual se integra perfeitamente, em termos operacionais, num ambiente de resolução inferior (4K ou HD).
Esta colaboração entre as duas Organizações já vem do passado, tendo a Ikegami apresentado em 2002 a primeira geração de câmaras 8K, a que se seguiu a segunda geração em 2004 e a terceira em 2010, sendo sempre considerada a tecnologia mais avançada no tempo da sua existência.
Com o desenvolvimento da SHK-810, entra-se na chamada quarta geração, o que corresponde a uma câmara cujas dimensões e peso correspondem a 1/10 da original, que o mesmo é dizer, a câmara passou a ser portátil podendo ser operada ao ombro dado pesar menos do que 9Kg.
Características da SHK-810
Para dar resposta aos cerca de 33 milhões de pixéis que constituem a resolução de uma imagem 8K, a Ikegami recorreu a um sensor único “Super 35MOS”, com o qual consegue uma resolução vertical da mesma grandeza da horizontal, ou seja, de 4.000 linhas de TV.
O filtro usado sobre o sensor recorre às tradicionais cores R e B, sendo o G obtido à custa de dois filtros com matizes verdes de diferentes comprimentos de onda, o que confere à imagem final uma característica mais de acordo com a resposta do olho humano, que o mesmo é dizer, um nível de modulação de elevada profundidade.
A câmara disponibiliza um dispositivo apelidado de “System Expander” o qual permite utilizar viewfinders e objectivas de grandes dimensões, convertendo a câmara portátil numa câmara completamente integrável em trabalhos de estúdio.
A função VF DTL (View Finder DeTaiL) permite ao Operador de Câmara o aumento do detalhe da imagem nas zonas críticas, assim como a observação do foco de um modo simplificado e preciso. Por outro lado a função LAC (Lens Aberration Correction) e o sistema de comunicações (tally e intercom) estão disponíveis para que a câmara possa funcionar em HDTV tradicional.
O encaixe do tipo PL permite o uso das objectivas mais adequadas em função da resolução e finalidade que se opta, ou seja, objectivas para 8K, 4K Cinema ou 4K Televisão, HD, assim como para objectivas tipo zoom costumizadas.
A ligação entre a cabeça da câmara e a CCU (Camera Control Unit) pode ser feita através de fibra óptica (standard SMPTE), o que permite o seu uso em eventos no exterior em que se carece de transmissões a longa distância.