2015-09-28
Texto: Carlos A Henriques
A ideia de animar imagens tem sido ao longo dos tempos um desafio para todos aqueles que acham ser possível transferir para um formato próprio a realidade da vida no seu dia-a-dia.
Muito antes do aparecimento do Cinema dos irmãos Lumière, várias foram as experiências feitas no sentido de darem movimento a imagens estáticas, desde a manipulação de um baralho de cartas nas quais eram coladas imagens fotográficas ou desenhos, obtendo-se a ilusão de movimento sempre que se passava a um determinado ritmo uma sequência de cartas, até à colocação num disco rotativo da sequência de imagens que se pretende movimentar quando o disco é submetido a rotação.
Mais tarde, com o nascimento da escola Disney, a animação e manipulação de imagens estáticas atingiu um nível ainda hoje reconhecido de supremo, mesmo perante o desenvolvimento tecnológico entretanto verificado.
O aparecimento da informática e do computador, este com programas específicos para animação, chamada de computadorizada, a arte das imagens em movimento passou a ser gerida por outras regras, conduzindo esta a uma forma de expressão que os atuais meios audiovisuais não dispensam, como é o caso do Cinema, Televisão, Publicidade e até no Ensino.
Entretanto desenvolveu-se uma técnica apelidada de “Stop Motion” na qual se recorre a uma máquina de filmar (película ou digital), câmara fotográfica, câmara vídeo, ou simplesmente imagens estáticas armazenadas num computador, cujas imagens registadas, uma-a-uma, sofrem um tratamento de modo a repetirem-se, num segundo 24 imagens no Cinema ou 25 em Televisão, sendo a sua sequência alterada através de atuação manual. A quando da reprodução à velocidade normal do meio utilizado tem-se a sensação de movimento.
A empresa PES é uma das mais criativas na concepção e execução de trabalhos baseados na técnica do “Stop Motion”, apresentando um portfólio deveras interessante, contudo, um dos seus últimos trabalhos, feito para a marca japonesa Honda, “obrigou-nos” a escrever esta peça que não é mais do que um alerta para o facto de no Audiovisual não se viver unicamente de muitas e sofisticadas máquinas, mas, antes pelo contrário, de boas ideias e de excelentes executantes.
Foram quatro meses de trabalho, dezenas de animadores e ilustradores e milhares de desenhos originais, sendo as filmagens registadas com uma única câmara, tendo tudo sido feito à mão.
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