2012-09-07
Entrou no hábito dos europeus, e não só, a realização anual do que é considerado por muitos profissionais o maior evento no meio audiovisual, nesta margem do Atlântico, ou seja, da IBC (International Broadcasting Convention), tendo-se iniciado ontem as múltiplas Conferências para todos os gostos e necessidades, complementadas a partir de hoje, dia 7 de Setembro, com uma soberba exposição de equipamentos, cujo encerramento terá lugar a 11 do corrente mês.
Entre as várias Conferências a que assistimos vamos dar destaque, hoje, à “Cutting Edge 1 e 2”, dado ter sido a que mais nos impressionou, havendo matéria suficiente para peças individuais sobre a matéria ali apresentada e discutida por cada um dos conferencistas, dado que o futuro da Televisão e Cinema a 3-4 anos passa, obrigatoriamente, pelos tópicos de cada uma das comunicações, a saber:
Por estranho que possa parecer o primeiro tema, segundo nossa opinião, deveria figurar no programa em último lugar, mas como o mesmo é comum aos outros três, somos levados a concluir que mesmo sem lógica de entendimento dos temas, levantou imensa polémica durante a apresentação, sendo, por isso mesmo, mais fácil a discussão de aspectos de ordem prática.
Custa muito acreditar que passados apenas 10 anos do aparecimento do sistema de compressão AVC/H264, o qual tem sido um dos grandes suportes em tudo o que é captação, registo e transmissão de imagem, apareça agora o HEVC, graças à “loucura” de alguns por imagens de elevado “frame rate”, com resoluções superiores ao HD em 4 e 16 vezes superior, para além do 3D em Cinema e Televisão tradicional, o qual vai dar lugar ao Cinema 100% imersivo, sendo o espaço de visionamento no interior de uma semi-esfera
Jens-Rainer Ohm
O sistema de compressão HEVC foi apresentado em linhas gerais por Jens-Rainer Ohm, da RWTH Aachen University (Alemanha) e Presidente do Grupo de Trabalho nomeado para estudar e normalizar aquele que vai ser, a partir de Janeiro de 2013, o novo processo de tornar as super-pesadas-imagens mais fáceis de trabalhar, com maior protecção a erros não desejados, com um consumo eléctrico mais reduzido e na sua generalidade mais barato.
Pierre Larbier
Pierre Larbier, da ATEME, encarregou-se do segundo tema, ou seja, do processo, ainda numa fase de adolescência, o qual ainda levanta uma série de questões, como:
Às duas últimas dúvidas da lista foi dada resposta pelo orador anterior, contudo, para as restantes, considera haver necessidade de aumento de resolução como “exigência” cada vez maior da parte de quem consome imagens, pois após a passagem de SD para HD, isto a nível doméstico, assim como a melhoria acentuada da qualidade das imagens no Cinema, tanto 2D como 3D, para alem do som, que passou de mono a estéreo, de pois a quadrifónico, surround 5.3 e agora surround 7.1, é mais que justificável que o telespectador queira partilhar em sua casa destas novas maravilhas da tecnologia.
Quanto ao que é a Ultra-Alta Definição em Televisão considera que não se pode tomar a mesma apenas como uma melhoria acentuada na resolução, pois há a considerar o aumento do frame rate em quatro vezes, a codificação dos pixéis (relação de aspecto, “gamut”, amostragem colorimétrica e o “pixel bit depth”).
Entretanto, é comum a referência como sendo Televisão 4K2K, “Quad Full HD”, 4K, Super HD, 4KTV, 4K Cinema e 8K, havendo, contudo, diferenças mais ou menos significativas a esclarecer em artigo oportuno.
Quantos às alterações que o sistema vai introduzir aos sistemas tradicionais estas vão ser enormes, a começar pela necessidade de novas câmaras, estas com a característica 4 ou 8K, e toda a cadeia desde a pós-produção até junto do televisor doméstico, este, por estranho que pareça a ser disponibilizado pelas grandes marcas, como é o caso da Sony, Samsung, LG, Panasonic, JVC e outras.
O desenvolvimento de um sensor C-MOS de 33Mpixéis de resolução a 120Hz, a ser levado à prática pela estação pública de Televisão Japonesa NHK, foi apresentado por K. Kitamura, o qual não é mais do que uma resposta aos tempos de mudança dentro da própria mudança que a actual tecnologia televisiva e cinematográfica estão a ser sujeitas, ou seja, maior “bit-rate” e maior resolução.
K. KITAMURA - NHK
O “segredo” reside no facto de a conversão dentro da câmara das imagens analógicas captadas serem submetidas a uma arquitectura cíclica multi-patamar, fazendo, tal procedimento reduzir o tempo necessária para a conversão, assim como o consumo em larga escala, de 3.7W para apenas 2.5W.
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