O aparecimento da BlackMagic no mercado profissional do vídeo e indústrias associadas, correspondeu a um tremendo sucesso de implantação graças à superior qualidade de todos os produtos disponibilizados , sendo esta devido, fundamentalmente, à experiência acumulada dos seus fundadores, os quais são oriundos da área das pós-produção e engenharia, razão mais do que suficiente para sistemas de edição, tanto o hardware como o software, de eleição, assim como os imbatíveis codecs.
Desenvolveram, também, o gravador de vídeo mais pequeno do mundo, vídeo não comprimido, o HyperDeck Shuttle, o qual torna os trabalhos de captação no exterior muito mais facilitados devido à sua mobilidade, portabilidade e robustez, sendo o registo feito em SSD (Solid State Disk).
Contudo, a presente edição da NABSHOW trouxe uma outra grande novidade, daquelas que não se está mesmo à espera, ou seja, o lançamento da sua primeira câmara, dita de Cinema, com uma resolução 2.5K.
A sua gama dinâmica é de 13 f-stops, com um sensor de 15.6x8.8mm, recorre a um gravador interno que faz o registo em SSR’s, podendo este ser feito no formato open standard Cinema DNG RAW (12 bit log), ProRes e DNxHD, compatível com o Final Cut Pro X e Avid Media Composer, versão full da DaVince Resolve para correcção automática de cor, assim como um ecrã LCD touch screen a partir do qual se pode dar entrada de dados (metadados).
A saída SDI a 3Gb/s apresenta todos os dados presentes na câmara, tal como o time code, controlo de transporte, ângulo de obturação, temperatura de cor utilizada e informação ASA.
Como boa notícia esta câmara pode trabalhar com as bem conhecidas objectivas EF da Canon e ZF da Zeiss compatíveis com o sensor utilizado, razão pela qual é mais uma boa prestação dentro da gama em que se encontra.
A resposta, em termos globais, no que respeita à qualidade da imagem, é muto boa, contudo para zonas de sombra, ou seja, com baixos níveis de iluminação a mesma não consegue competir com as de características de sensor mais elevadas, pois as dimensões deste não permitem ir mais além.
O custo desta pequena maravilha da técnica é de apenas 2.995U$D, razão pela qual não se pode estabelecer comparação com marcas e modelos que custam muito mais, sendo pena a mesma só agora ter surgido, pois a grande batalha no terreno, no que respeita a câmaras electrónicas, está a dar-se, precisamente, no campo do 4K.
Contudo, estamos só a 5 meses da IBC (International Broadcasting Convention), a realizar em Amesterdão, e a doze meses da edição 2013 da NAB para se chegar, entretanto está prevista para Julho deste ano o arranque da sua entrega..
RED
Quando em 2006 a RED apareceu nestas andanças das exposições públicas, a suposta câmara dava pelo nome de RED ONE e recorria a um sensor que no dizer dos promotores não podia ser, então, desvendado, razão pela qual passou a designar-se por Misterium-X (MX).
Com o desenvolvimento continuado da RED, há muito que se aguardava por um sucessor, o qual foi anunciado agora em Las Vegas e dá pelo nome de Red Dragon.
Os detentores de câmaras com o sensor primitivo podem fazer o respectivo upgrade, caso estejam interessados, tendo que desembolsar 6.000U$D para a câmara Epic, estando prevista a sua disponibilidade só lá para finais do corrente ano, enquanto que para a Scarlet ainda não há valores nem data de entrega, prevendo-se que só para 2013 é que tal venha a acontecer, contudo o custo deste será superior.
De acordo com Jim Janard, o dono da empresa: “O novo sensor será mais largo do que o MX, concretamente 30x15.8mm, sendo as dimensões de cada pixél ligeiramente inferiores, ou seja, de 5 micros, apresentará uma resolução de 6K, uma gama dinâmica igual ou superior a 15 f-stops, sendo o número de imagens captadas por segundo de 120 (ips), isto para uma resolução 5K, sendo o seu valor para full 6K de 85ips.
Um dos problemas que se coloca a este sensor é a inexistência de monitores 6K disponíveis a quem os queira adquirir, pelo que as datas acima decerto que irão deslizar, pelo menos um ano, dado que só este ano é que se deu o boom dos monitores 4K rumo ao 8K, este último previsto para 2015/6, ano em que o Japão inicia as emissões experimentais públicas de transmissão da SHV (Super High Vision).
Entretanto, na sala de Cinema instalada no stand da RED, foi possível assistir a uma curta cujo objectivo foi a apresentação do projector RED o qual recorre ao laser como fonte de luz, sendo o resultado final obviamente melhor, com cores mais intensas e brilhantes.
Las Vegas, 18 de Abril
Texto e imagens de
Carlos A Henriques
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