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Biografias > PEDRO HOMEM DE MELLO (I/III)


PEDRO HOMEM DE MELLO (I/III)

A Poesia e o Folclore na Televisão

05/03/2024

Texto: Carlos Alberto Henriques

Escrever a Biografia de alguém que nos tocou de um modo muito intenso, tanto no seu aparecimento semanal na RTP-Porto (Monte da Virgem) nos programas de Folclore, com a Realização de um grande amigo, o mestre Adriano Nazareth, até às minhas frequentes visitas a Cabanas (Afife), antes e após a sua morte, não é tarefa fácil, mas esta minha reverência perante uma pessoa tão importante para a cultura portuguesa que marcou, definitivamente, a minha juventude, tinha que ser feita, pelo que irei dar o meu melhor para que o resultado final seja o esperado e pretendido pelos meus Leitores.

O biografado foi referido por alguns intelectuais da altura como um poeta menor, segundo os quais a sua poesia denotava alguma ingenuidade, até que chegou o momento de viragem quando os seus versos passaram a fazer parte do reportório de grandes nomes da canção nacional, com grande destaque para a rainha do fado, a nossa Amália Rodrigues.

Adriano Nazareth PHM
Pedro Homem de Mello com o Realizador Adriano Nazareth

De nome completo Pedro da Cunha Pimentel Homem de Mello, o biografado nasceu no Porto (Miragaia) a 6 de Setembro de 1904 e onde faleceu a 5 de Março de 1984, há precisamente 40 anos, foi um Escritor, Professor, Poeta e Folclorista  português de alto gabarito, cuja Obra está patente na edição de mais de 30 Livros, assim como na voz da emblemática Amália Rodrigues, a qual selou para o futuro com a canção “Povo Que Lavas no Rio”, entre outras, a capacidade,  imaginação e criatividade de um ser humano extraordinário.

Amalia PHM
Amália Rodrigues e Pedro Homem de Mello

Tendo como ascendentes uma família aristocrática, a sua infância e adolescência neste ambiente familiar conduziu-o aos chamados ideais monárquicos, católicos e conservadores, os quais associados à enorme e natural apetência para o estudo do Folclore e da Etnografia em geral, levou-o a manter durante duas décadas, desde 1958, um programa de Folclore na RTP, no qual fazia de comentador sobre o que se ia apresentando ao longo do mesmo desde a interpretação das letras, dos passos dos intervenientes e a chamada para aspectos especiais que a dança minhota, e não só, transportava para os palcos, assim como da prestação dos próprios músicos e da particularidade de alguns instrumentos musicais utilizados.

folclore PHM
Folclore Minhoto, a sua grande paixão

Ainda, dentro do tema Folclore, é a ele que se deve a fundação, no Porto, da Academia de Danças do Norte de Portugal assim como a Academia Coral, para além de ser o promotor de uma série de Ranchos Folclóricos.

Frequentou, durante dois anos, a Faculdade de Direito em Coimbra, porém foi em Lisboa  que concluiu, em 1926, a Licenciatura em advocacia, tendo exercido a mesma durante algum tempo, contudo a actividade literária esteve sempre na primeira linha dos seus desejos, mesmo no período estudantil, escrevendo e publicando, então, os seus primeiros versos no Semanário mais antigo de Portugal, o “Soberania do Povo”, de Águeda, que em breve irá comemorar 145 anos de existência.

soberania PHM
Semanário “Soberania do Povo” de Águeda

Pedro Homem de Mello, apesar de ter nascido e exercido a sua actividade profissional no Porto como Subdelegado do Procurador da República, assim como a de Professor de Português na Escola Comercial Mouzinho da Silveira, da qual foi seu Director e ainda na Escola Industrial Infante D. Henrique, o seu local de eleição foi, sempre, Afife (Viana do Castelo), concretamente no ex-Convento de Cabanas.

Era neste local que passava as suas férias, dado ser a casa de seus Pais, tendo-a mais tarde adoptado, com a morte destes, como sua, onde escreveu a grande maioria dos poemas que constam na Obra que nos legou, sendo estes concebidos à sombra de uma majestosa magnólia, a qual ainda marca presença na entrada secundária do edifício, tendo sido apelidado pelos seus Amigos da arte da escrita como “O Poeta de Cabanas”.

convento cabanas PHM
Convento de Cabanas

Este convento foi mandado erigir em 570 (DC) por S. Martinho de Dume, no qual se vislumbra uma Igreja com torre sineira, à qual está associada uma Capela e anexos conventuais. O seu estado actual denota uma profunda degradação, dado o desinteresse por parte dos descendentes após a morte do poeta, tendo sido, entretanto adquirido por uma família inglesa.

jardim magnolias PHM
A porta de entrada para o Jardim da Magnólia

Na entrada para a antiga Mata de Cabanas, cuja degradação é evidente nas fotografias apresentadas, resistem ao tempo duas placas, ali colocadas em 1939,  evocativas dos poemas “Eternidade” e “Ascenção” (Com ç e não com s como manda a regra do português).

portão convento PHM
Entrada de acesso à antiga Mata de Cabanas

Ao aproximarmo-nos da entrada podemos observar a placa respeitante ao poema “Ascenção” em cima, e, em baixo a do poema “Eternidade”.

azulejos PHM

Livros

A sua produção literária foi, durante seis décadas, substancial, destacando-se, para o efeito:

  •  “Caravela ao Mar” (1934);
  •  “Jardins Suspensos” (1937);
  •  “Segredos” (1939/1953);
  •  “Estrela Morta” (1940);
  •  A Poesia na Dança e nos Cantares do Povo Português (1941);
  •  “Pecado” (1942);
  •  “Príncipe Perfeito” (1945);
  •  “Bodas Vermelhas” (1947);
  •  “Miserere” (1948);
  •  “Adeus” (1951);
  •  “Danças Portuguesas” (1951);
  •   “Os Amigos Infelizes” (1952);
  •  “O Rapaz da Camisola Verde” (1954);
  •  Grande, Grande Era a Cidade” (1955);
  •  “Poemas Escolhidos” 1957);
  •  “Expulsos do Governo da Cidade” (1961);
  •  “Danças de Portugal (1961);
  •  “Danças Portuguesas” (2X em 1962);
  •  “Há Uma Rosa na Manhã Agreste” (1964);
  •  “Eu Hei-de Voltar Um Dia” (1966);
  •  “Nós Portugueses Somos Castos (1967/2001);
  •  “As Perguntas Indiscretas” (1968);
  •   “Povo Que Lavas no Rio” (1969);
  •  “Desterrado” (1970);
  •  “Fandangueiro” (1971);
  •  “Folclore” (1971);
  • “Há Uma Rosa na Manhã Seguinte” (1971);
  • “Eu Desci Aos Infernos” (1972);
  • “Cartas de Inglaterra” (1973);
  • “Ecce Hommo” (1974);
  • “Pedro” (1975);
  • “Carta a Bill” (1977);
  • “Aleluia” (1979);
  • “Poemas Roubados” (1979);
  • “Sempre Sós” (1979);
  • “Expulsos do Governo da Cidade” (1979);
  • “Poesias Escolhidos” (1983);
  • “Poesias Escolhidos” (1987);
  • “A Sombra da Memória” (1993);
  • “E Ninguém Me Conhecia” (2004);
  • “Poesias Escolhidas” (2004);
  • “Eu, Poeta e Tu, Cidade” (2007);
  • “Poemas 1934-1961” (2023).

livros PHM
As capas de alguns dos seus Livros

Como referido na listagem acima, a Editora Assírio & Alvim colocou no mercado, em 2023, uma colectânea de poemas elaborados entre 1934 e 1961. 

poemas PHM

Bibliografia: Afife Notícias Informação, Diário de Notícias, ETC. E TAL-Jornal, RTP e Memória do Autor.

 


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