O CES 2013 chegou ao fim, contudo algumas das inovações tecnológicas vieram para ficar, estando umas ainda no campo do protótipo, enquanto outras já passaram a ter existência real, embora estejam ainda em busca de outros factores que as possam potencializar, até porque, normalmente, o seu custo para os primeiros modelos é algo que não está ao alcance de qualquer um. Recordemos o que aconteceu com o preço dos primeiros televisores 3D, em 2006, o qual rondava os 11.000€, podendo-se hoje comprar um televisor de qualidade equivalente por um valor inferior a 800€.
A presente edição foi muito fértil no domínio dos televisores domésticos, nas suas várias vertentes, concretamente, no tipo de ecrã utilizado como, Plasma, LCD, LED ou OLED, na sua capacidade de descodificação e visualização como o 3D, com óculos o auto-estereoscópico, assim como no que respeita à resolução da imagem apresentada, partindo-se do patamar mais baixo, ou seja, do Full HD, passando-se ao 4K, que corresponde a cerca de quatro vezes a resolução HD, para um modelo, apelidado de 8K, cuja resolução é equivalente a 16 vezes a do Full HD, ou baixando ao nível em que ainda nos encontramos, que o mesmo é dizer SD (StanDard), o equivalente a 80 vezes essa mesma qualidade.
Não se trata de ficção cientifica pura mas, isso sim, uma resposta em tempo útil da indústria electrónica neste sector, deixando para trás um problema nuclear que existiu com a introdução do HD em alguns países, ou seja, o da inexistência de programas de Televisão ou a não disponibilização de filmes em DVD que justificassem o investimento nos novos televisores.
Por outro lado, as estações de Televisão argumentavam, e algumas argumentam ainda, que não fazia grande sentido o acréscimo de custos nas suas produções devido ao facto de se recorrer à captação, pós-produção, distribuição, difusão e recepção em HD, dado que o número de televisores existentes no mercado não justificava tal investimento, dando-se aqui a repetição da história do nascimento da galinha e do ovo.
Os Novos Televisores
A grande maioria de fabricantes de televisores fez um enorme esforço no sentido de em tempo útil ser possível apresentar a nova coqueluche, que o mesmo é dizer, os televisores 4K, contudo, um dos fabricantes, concretamente a Sharp, fez questão de estar um passo à frente dos seus concorrentes, tendo apresentado um protótipo de televisor com a capacidade de reprodução 8K, ou seja, com 7.680x4.320pixéis, o que implica cerca de 33,2Mpixéis por imagem em termos de resolução, num ecrã de 85 polegadas (2,16 metros).
Para o Vice-Presidente da Sharp, Mark Viken, a previsão da empresa para o arranque do fabrico deste tipo de televisores aponta para 2016/7, tendo como objectivo a sua comercialização em termos domésticos, sendo o actual protótipo, agora apresentado, o modo da empresa dizer ao mercado que já está apta a fabricar este tipo de equipamento.
A data de previsão apresentada tem a ver com o anúncio feito pela NHK (Televisão Pública Japonesa) de que irá iniciar as emissões experimentais em 8K em 2016, sendo o arranque das emissões regulares em 2020. Os exemplos apresentados foram produzidos pela NHK com equipamento desenvolvido para tal fim, o que tem vindo a acontecer desde 2006.
Temos tido o privilégio de assistir, desde o início deste projecto, a demonstrações cada vez mais espectaculares, tendo-se atingido um ponto em que a qualidade de imagem roça o nível da imagem real, ou seja, fotografar o ecrã ou a cena da imagem reproduzida, não há lugar a grandes diferenças.
Tanto a Sony como a Panasonic, a Vizio, a Samsung e LG apresentaram os seus novos modelos de televisores 4K, tendo sido anunciada uma nova rede de distribuição 4K, via satélite, o que vai tornar possível fazer downloads de filmes, assim como a aquisição de discos Blu-Ray 4K.
O televisor Sony e o Panasonic 4K foram os únicos a recorrer a um ecrã cuja tecnologia se baseia nos chamados LED orgânicos, razão pela qual receberem a designação de OLED.
A Samsung anunciou, também, que até finais de 2013 apresentará um televisor Ultra HD, ou seja, 4K, porém com a dimensão de 110 polegadas (2,8m), sendo nossa convicção que para se tirar o real partido das imagens disponibilizadas, tal só se verificará a 100% para televisores acima de 80 polegadas (2,03m).
Contudo, a LG, com o seu televisor de 84 polegadas (2,13m), o 84LM9600, esbugalhou os olhos dos mais de 180.000 visitantes, com os seus mais de oito milhões de pixéis por imagem, upscaller para 4K, visionamento 3D com recurso a óculos passivos.
Já sabe, se dispõe de 19.999U$D, é só fazer a encomenda, pois já está disponível no mercado mundial, juntando-se aos três já existentes em Portugal.
O 4K não se vai limitar aos televisores, tendo a Panasonic apresentado um tablet protótipo com esta resolução e com as dimensões de 20 polegadas (50,8cm), no qual corre o Windows 8 Pro, sendo o processador um Intel Core i5, sendo equipado com uma câmara frontal. Apresenta uma entrada microUSB, um cartão microSD e é portador de Wi-Fi, sendo o seu peso de 2.4Kg.
Uma outra vertente das CES 2013, no que respeita a televisores, tem a ver com os chamados smart televisions, ou seja, os televisores com ligação à Internet, nos quais correm aplicações para acesso ao Facebook ou Netflix, tendo o Senior Vice-Presidente da Samsung América, Joe Stinziano, afirmado:
“O televisor tem sido, sempre, o núcleo central do entretenimento a nível do lar. A partir de agora passa a ser o centro do lar conectado”
O LG 84LM9600 é um bom exemplo dum televisor smart, entre os vários modelos das diferentes marcas presentes.
> MAIS NOTÍCIAS | ![]() ![]() |
---|