O Galã da Luva Preta
Conhecemos profundamente Artur Semedo por ocasião da nossa assessoria nos efeitos especiais electrónicos da série de treze programas que passou na RTP 2, de 10 de fevereiro a 27 de abril de 1980, rigorosamente às 22H30, apelidados de “Sheiks Com Cobertura”, os quais constituíram uma série cómica/musical sobre o mais influente grupo rock da década de 60 em Portugal, precisamente os Sheiks, com Paulo Carvalho (bateria), Carlos Mendes (baixo), Fernando Chaby (viola solo) e Jorge Barreto (guitarra ritmo), a que se juntou Edmundo Silva (1965) em substituição de Jorge Barreto e Fernando Tordo (1968) com a saída de Carlos Mendes.
A gravação desta série de programas foi feita em 1979, superiormente realizada por Oliveira Costa, sendo a mesma baseada numa ideia e textos de Artur Semedo, tendo a RTP adquirido, à data, um carro de exteriores a cores, equipado com o equipamento mais avançado que existia no mercado, podendo fazer-se no mesmo, entre outras maravilhas, o chamado Chroma Key múltiplo, o que permitiu truques altamente sofisticados, ou seja, os primeiros em Portugal com esse grau de elaboração.
Contudo, a quantidade de equipamento alojado no carro de exteriores, baptizado por Unidade 18-E, conduziu a uma viatura de grandes dimensões, ao ponto de a mesma não conseguir entrar nas instalações da RTP na Alameda 44 (Estúdios do Lumiar), onde ia dar apoio técnico ao Estúdio 1, o qual ainda estava equipado a preto-e-branco, o que levou a Produção a ter que alugar o Estúdio da Tobis, nossos vizinhos de longa data.
Para se perceber a importância da série seguem alguns dos nomes, para além dos elementos dos Sheiks, a saber, ou seja, o Daniel Bacelar, Jorge Palma, os Trovante, Carlos Paredes, Go Graal Blues Band, Sérgio Godinho, o duo Os Conchas, entre outros.
Artur Francisco da Cunha Semedo foi Actor, Realizador de Cinema, Produtor de Televisão e Empresário Teatral, tendo nascido em Arronches, Portalegre (Alto Alentejo) a 2 de novembro de 1925, sendo o segundo filho de um total de quatro do casal António Tavares Semedo e de Germana Amélia de Oliveira e Cunha, tendo usado como imagem de marca na parte final da sua vida a “célebre” luva preta, que usava em público na sua mão direita, e o fervor pelo Benfica que adora acima de tudo.
O seu benfiquismo levou-o a deixar escrita as suas duas últimas vontades antes de ser levado para o cemitério, ou seja, o cortejo fúnebre deveria passar, obrigatoriamente, pelo recinto encarnado, e os Amigos que o acompanhassem à sua última morada deveriam ir vestidos de vermelho e não de negro.
Após conclusão da instrução primária e do primeiro ano do liceu em Portalegre, ruma a Lisboa, em 1936, tendo frequentado, por imposição familiar, o Colégio Militar onde tenta concluir o então 7º ano. Dada sua boa conduta, em termos disciplinares, acaba por ser expulso, o que implicou nova mudança de instituição de ensino, assim como de cidade, terminando o liceu em Évora.
Entretanto vai viver para Coimbra onde frequenta o curso de biologia, mas, como a sua paixão era, de facto, a representação teatral, a mesma que José Régio, seu professor, tinha detectado na sua infância, levando-o a escrever “Sonho de Uma Véspera de Exame”, uma peça para que este a representasse enquanto aluno de liceu. Retorna a Lisboa, em 1944, e consegue a entrada no Curso de Teatro do Conservatório Nacional, no qual, graças às suas superiores capacidades lhe é atribuído o prémio Eduardo Brazão no exame final do curso, graças à sua representação na peça “O Ninho da Águia”, de Carlos Selvagem.
O primeiro trabalho pós-Conservatório foi executado no palco do Ginásio (teatro e mais tarde cine-teatro, existente entre 1846 e 1989, na Rua Nova da Trindade, em Lisboa), fazendo parte do elenco da comédia “O Preço da Honestidade”.
Ginásio
Uma outra faceta importante na sua carreira foi a actividade exercida nos “Comediantes de Lisboa”, companhia de teatro fundada, em 1944, por António Lopes Ribeiro e dirigida por si e seu irmão Ribeirinho (Francisco Ribeiro) até 1949.
Esta sua ligação aos “Comediantes de Lisboa”, que se iniciou no período em que era aluno do Conservatório, permitiu ser dirigido, entre outros, por Ribeirinho, e contracenado com António Silva e João Villaret.
Foi um actor multifacetado, tendo trabalhado com Laura Alves no inesquecível “Meu Amor é Traiçoeiro”, no antigo Teatro Monumental, no Saldanha, em Lisboa, entretanto destruído, a que se seguiu a campanha do Brasil, onde entrou como actor em seis filmes, tendo no seu regresso a Portugal participado, pela primeira vez, numa revista do Parque Mayer, mantendo, a partir daí, uma intensa actividade tanto na Rádio como na Televisão (RTP).
Contudo, o Cinema tinha um lugar especial no modo como sentia a arte de representar, tendo-se estreado em 1949, como actor, no filme de José Buchs, “Sol e Toiros”, a que se seguiu, no mesmo ano, “Vendaval Maravilhoso”, de Leitão de Barros, tendo participado ao longo da sua carreira em mais de cinquenta filmes, assim como dirigiu, na qualidade de Realizador, sete comédias na maioria das quais surge, também, como actor.
De seguida, em 1952, contracenando com Maria Olgim, no filme “Saltimbancos”, de Manuel Guimarães, é dada a oportunidade a Artur Semedo mostrar a sua vertente de actor dramático, tendo adquirido o estatuto de galã do Cinema português em “O Cerro dos Enforcados”, em 1954, de Fernando Garcia, conduzindo-o, por tal razão, ao elenco de uma série de filmes, tanto em Portugal como no estrangeiro, cuja lista tentamos reproduzir fielmente no final desta notas biográficas.
Jovem irreverente e cioso por novas experiências, eis que se estreia como Realizador em 1954 no filme “O Dinheiro dos Pobres”, o qual devido a várias vicissitudes só se veio a estrear em 1956.
A sua entrada na Televisão, através da RTP, cujas emissões regulares se tinham iniciado a 7 de março de 1957, deu-se através das séries cómicas “O Carlos e a Lena” (1960), Dr. Borelli (1960) e “As Aventuras de Eva” (1961) e muito mais tarde, concretamente em 1987, no programa cómico que passou na RTP, o hilariante “Humor de Perdição” de Herman José.
Face à evolução tecnológica da Televisão, cedo se apercebeu da tendência natural dos métodos de trabalho e dos equipamentos, tendo receado a perda definitiva da arte teatral e cinematográfica a favor do vídeo, tendo afirmado:
“Penso que o Teatro e o Cinema , tal como ainda hoje se apresentam, têm tendência para acabar. Quer queiramos, quer não, estas duas artes estão progressivamente a ser absorvidas pelo vídeo
Em 1966 participa numa co-produção entre Portugal, Espanha e Alemanha a qual teve quatro títulos, nomeadamente, “Fim de Semana Com a Morte”, “Comando de Asesinos”, “Sechs Pistolen Jagen Professor Z” e “High Season For Spies”, a qual assinala a 1ª experiência do actor António Vilar como Produtor.
O elenco, para além de Artur Semedo, contou com o mais internacional actor português à data, concretamente, António Vilar, e, ainda, Américo Coimbra e Carlos Teixeira, os espanhóis Ricardo Rubinstein, Mikaela e Ricardo Valle, os alemães Peter Van Eyck e Kurt Jurgens, fechando o leque a italiana Letícia Roman.
Entretanto, em 1973, realizou o filme “Malteses, Burgueses e às Vezes”, a que se seguiu “O Rei das Berlengas” (1977), com Mário Viegas e ele próprio, tendo sido “O Barão de Altamira” (1986) outro grande sucesso, neste caso com a participação do consagrado Nicolau Breyner nestas andanças, assim como a participação de Herman José, em 1987, num filme de Artur Semedo, precisamente o “Querido Lilás”, com o qual o Realizador acabou por ganhar o Grande Prémio do IPC (Instituto Português do Cinema) e Herman José o de melhor Actor.
Sobre o seu desempenho neste segundo filme, Herman José afirmou, numa entrevista ao Jornal “O Século”, em 1987:
“Foi delirante e ao mesmo tempo envolveu uma responsabilidade redobrada da minha parte, porque quando trabalhamos com quem gosta de nós temos a obrigação de nos esforçarmos mais”
O filme “Um Crime de Luxo” marca o final da sua carreira como Realizador, precisamente em 1990, e o “Aqui D’El Rei”, de António-Pedro Vasconcelos, em 1992, como actor.
A Rádio, em especial a TSF, na qual manteve, por um espaço temporal alargado as “Crónicas de Escárnio e Maldizer” (1996), foi outra das áreas do audiovisual em que a sua acção se fez sentir, sendo o estilo utilizado por Artur Semedo aquele que o conduziu ao estatuto de um grande humorista .
Para Raul Solnado, entretanto desaparecido, o Artur Semedo era um companheiro e um Amigo fabuloso e um homem muito talentoso, durante os anos em que trabalharam no Teatro e Cinema.
Manoel de Oliveira recorda o actor como uma pessoa especial e um actor com grande intuição, com quem teria estimado muito ter tido um personagem num filme que se ajustasse a ele.
O Realizador António-Pedro Vasconcelos, benfiquista assumido e defensor do clube em debates televisivos, como o “Trio da Frente” da RTP, do qual fez parte ao longo de várias edições, escreveu, em 2001, a 2 de setembro, uma Carta Aberta, da qual me atrevo fazer a sua transcrição na integra, para que se entenda melhor a partilha de sentimentos entre estes meus Amigos inconfessáveis.
Começa assim:
“Meu caro Artur,
Quando, no sábado passado, o Mantorras empatou a partida, com um golo à Eusébio, feito de raiva e de talento, foi de ti que me lembrei: "Que pena o Artur não ver isto!", comentei para os meus amigos benfiquistas. Cinco minutos depois, era o delírio no Estádio da Luz, com um novo golo do angolano, desta vez de cabeça, a um centro milimétrico do Drulovic. Lembrei-me de ti, meu velho Artur, porque tu acabaste por morrer, depois de um longo coma (em que, disseram-me, já não reconhecias ninguém, a não ser o João Pinto), sem ter a satisfação, ao menos, de ver o teu clube liberto do desastre e da vergonha que foi o consulado de Vale e Azevedo, que, enquanto foste vivo, execraste com a tua alma de indefectível benfiquista e combateste com a tua admirável e corrosiva ironia.
E lembrei-me de ti, também, porque achei que fora uma terrível injustiça não te ter sido consentido ver este novo diamante negro que se está a formar no Benfica. Um dia em que te entrevistei para um jornal, nos anos 80, lembro-me da resposta que me deste quando te perguntei o que faltava ao Benfica para voltar a ser o grande clube dos tempos do Eusébio e do Coluna. Respondeste-me com a ironia mordaz a que nos habituaras: "As colónias". Hoje, Angola e Moçambique são países independentes e, por isso, o Mantorras é um cidadão angolano e não um súbdito de Salazar como foi o Eusébio e eram, em geral, os portugueses desse tempo. Mas, numa equipa onde actuam jogadores com o talento do Mantorras, do Cabral, do Ednilson, do Miguel e, em breve, do Toni, que têm origens africanas, foi da tua irónica resposta que me lembrei.
Sei que, estejas onde estiveres, te consolas do "mortal aborrecimento da imortalidade", de que falava o Baudelaire, relembrando os momentos de glória do teu clube; mas espero também que tenhas a oportunidade, senão de ver, pelo menos de receber notícias dos feitos do Mantorras e deste novo Benfica que, com paciência e seriedade, pode voltar a ser, enfim, como sempre sonhaste, o grande clube que um dia surpreendeu o Mundo ao travar a carreira do poderoso Real Madrid na Liga dos Campeões.
Todos sabemos que o Mantorras, se vier a ser aquilo que promete, não ficará mais de um ano no Benfica: não foram apenas as colónias que se libertaram, foram também os jogadores, e a liberdade, de uns e outros, dos países e dos indivíduos, tem um preço, por vezes pesado. O Eusébio não é milionário porque um ditador de um regime iníquo o sacrificou à ilusão sangrenta de sermos o último bastião do colonialismo.
Se o Mantorras, um miúdo com um grande coração, que dedicou os golos ao Tiago, um amigo deficiente que ele fez feliz, vai ter que ir, mais depressa do que nós queriamos, para um clube que pague pela sua transferência os milhões que chegariam, se calhar, para matar a fome aos milhares de putos da sua província, é porque hoje, em África como no futebol, há novas ditaduras, por vezes mais insidiosas e perversas. A pior de todas, de rosto oculto, é a que compra consciências e sentimentos, e a que um personagem do Shakespeare já chamava "a vil meretriz do género humano": o dinheiro.
Mas, enquanto o Vilarinho conseguir segurá-lo, eu continuarei a ir por ti, meu velho Artur, ao Estádio da Luz ver o Mantorras dar um sopro de alegria e de esperança a uma equipa que recuperou a cor original das camisolas deste clube a que, nos anos 30, o velho ditador de Santa Comba proibiu que se chamasse "os vermelhos"
Foto de José Manuel Tudela
O José Fanha, meu Amigo desde os tempos do Curso de Guionismo, por mim organizado em 1988 no Centro de Formação da RTP, na 5 de Outubro, o qual foi superiormente orientado por Doc Comparato, costumava contar uma história maravilhosa passada num almoço que habitualmente tinha à segunda-feira, no Restaurante António, em Lisboa, com o Artur Semedo:
“A certa altura, pelos anos 80, tivemos um vago projecto comum para um programa de Televisão que era mais um pretexto para almoçarmos impreterivelmente á segunda feira, durante vários meses, no defunto restaurante "António".
Era um regabofe. Divertíamo-nos muito. Durava horas o almoço e a conversa corria livremente em todas as direcções.
O Artur tinha o prazer da rábula por vezes a raiar o limite do bom senso.
Um dia o restaurante estava cheio. Sentámo-nos numa mesinha encostada à de um casal estrangeiro muito compostinho que comia fondue.
Muito delicadamente, o Artur sorriu-lhes, cumprimentou-os e perguntou-lhes em português como estava o fondue. Sem nada perceber, o casal estrangeiro sorria imaginando que estava a ser brindado por qualquer espécie de gentil ritual de simpatia tipicamente portuguesa.
O Artur, sempre em grandes gestos de delicadeza um tanto histriónica, virou-se abertamente para o almoço do lado, pegou num garfo, picou um naco de carne, fritou-o no óleo e comeu-o.
O casal estrangeiro olhava-o começando a deixar amarelecer o seu sorriso. Mas o Artur não ficou por aqui. Continuou a comer-lhes o fondue com grandes tiradas pomposas, grandes gestos e rasgados sorrisos enquanto devorava todo o resto do fondue.
Os senhores não sabiam se haviam de rir ou de chorar ao ver a comida a desaparecer.
Eu... Foi por pouco que não me urinei nas calças para conter o riso pelo insólito delirante a que ninguém seria capaz de arrancar o Artur Semedo que, acabado o fondue, encomendou finalmente o nosso almoço”
A actriz Irene Cruz relembra aquele que foi o encenador de um Conto de Eça de Queirós para a Televisão, dizendo:
“O Artur Semedo era um eterno jovem, um espírito aberto de ideias avançadas”
Tendo levantado um pouco o véu sobre o uso na mão direita da sua célebre luva preta:
“Certo dia numa briga, o Artur para não bater na pessoa que lhe fazia frente, esmagou com a mão um copo, o que lhe causou ferimentos. Operado aos tendões o médico constatou que aquela mão estava sempre mais fria, pelo que lhe aconselhou o uso da luva"
Após uma vida cheia de comédia, faleceu, aos 77 anos, em Lisboa a 8 de fevereiro do ano de 2001.
Em Oeiras, na freguesia de Porto Salvo, há uma Rua com o seu nome, havendo no Casal de Vila Chã, na Amadora, de igual modo uma Avenida, as quais remetem para a posteridade a lembrança da sua existência.
Segue lista de actividades principais de Artur Semedo
Teatro
Como Actor
O Preço da Honestidade (1949)
A Sopa no Mel (1949)
A Dama das Camélias (1949)
O Clube dos Gangsters (1950)
A Rosa Enjeitada (1950)
Chão de Meninos (1950)
História de Uma Fadista (1950)
De Braço Dado (1950)
A Farsa do Amor (1951)
Luz Sem Fim (1951)
A Loja da Esquina (1951)
Multa Provável (1951)
A Menina Está Louca (1951)
O Dr. Juiz (1951)
O Pato (1953)
O Conde Barão (1953)
Joana D’Arc (1955)
O Tio Valente (1955)
Aí Vêm Os Palhaços (1955)
O Amor dos Quatro Coronéis (1955)
Vida de Um Herói (1956)
À Esquina da Noite (1956)
Espada de Fogo (1956)
Perdeu-se Um Marido (1956)
Por Um Fio (1956)
Envelhecer (1956)
A 8ª Mulher do Milionário (1956)
Quando Elas Se Encontram (1957)
O Cardeal (1957)
Mas que Escândalo (1957)
A Rainha do Ferro Velho (1958)
Flausino (1960)
Papá Precisa-se (1961)
Com Jeito Vai...Virgínia (1961)
Criada Para Todo o Serviço (1961)
Meu Amor É Traiçoeiro (1962)
Revistas à Portuguesa
Como Actor
Mulheres à Vela
Mini-Saias
Filmografia
Como Actor
Sol & Toiros (José Bush-1949)
Vendaval Maravilhoso (Leitão de Barros-1949)
Saltimbancos (Manuel Guimarães-1952)
Nazaré (Manuel Guimarães-1952)
Duas Causas (Henrique Campos-1953)
Chaimite (Jorge Brum do Canto-1953)
O Cerro dos Enforcados (Fernando Garcia-1954)
Vidas Sem Rumo (Henrique de Campos-1956)
O Dinheiro Dos Pobres (Artur Semedo-1956)
Perdeu-se Um Marido (Henrique de Campos-1957)
Uma História Simples (1962)
Tocaia no Asfalto (Brasil - 1962)
A Montanha dos Sete Ecos (Brasil - 1963)
Crónica da Cidade Amada (Brasil - 1964)
Viagem aos Seios de Duília (Brasil - 1964)
A Montanha dos Sete Ecos (Brasil-1964)
Encontro Inesperado (Brasil-1964)
Viagem aos Seios de Duília (Carlos Hugo Christensen-Brasil-1964)
Crónica da Cidade Amada (Brasil-1964)
Fim de Semana Com a Morte/Comando de Asesinos/ Sechs Pistolen Jagen Professor Z e High Season For Spies (Co-produção luso-hispano-alemã-Julio Coll - 1966)
Uma Vontade Maior (1967)
A Maluquinha de Arroios (Henrique de Campos-1970)
Lotação Esgotada (1972)
Malteses, Burgueses e Às Vezes (1974)
Sofia e Educação Sexual (Eduardo Geada-1974)
Sua Excelência (1975)
Alves e Companhia (1976)
O Funeral do Patrão (Eduardo Geada-1976)
As Desventuras do Drácula Von Barreto Em Terras da Reforma Agrária (1977)
Madrugada (1977)
Os Demónios de Alcácer-Kibir (1977)
Missão/The Assignment (1977)
O Rei das Berlengas ou A Independência das Ditas (1978)
A Confederação: O Povo é Que Faz a História (Luís Galvão Teles-1978)
Os Maias (1979)
Donasvinte (1979)
Bárbara (Alredo Tropa – 1980)
Retalhos da Vida de Um Médico (1980)
O Território/The Territory (1981)
Antes a Sorte Que Tal Morte (1981)
O Estado das Coisas/Der Stand der Dinge (Wim Wenders-1982)
A Estrangeira (João Mário Grilo-1983)
Pôr do Sol no Areeiro (1983)
A Impossível Evasão (1983)
Crónica dos Bons Malandros (1984)
Moura Encantada (1985)
Saudades Para Dona Genciana (Eduardo Geada-1986)
O Barão de Altamira (1986)
O Querido Lilás (1987)
Rosa de Areia (António Reis e Margarida Cordeiro-1989)
Die Sandrose (1989)
Um Crime de Luxo (1991)
No dia dos Meus Anos (João Botelho-1992)
Aqui D’El Rei (1992)
Como Realizador
Exposição de Máquinas Agrícolas na Ajuda (Doc.-1953)
Regime Prisional Português (1954)
O Dinheiro dos Pobres (Acabado em 1954 e estreado em 1956)
Perdeu-se Um Marido (1956)
Malteses, Burgueses e Às Vezes (1974)
O Rei das Berlengas ou A Independência das Ditas (1977)
As Armas e o Povo (Colectivo-1986)
O Barão da Altamira (1986)
O Querido Lilás (1987)
Um Crime de Luxo (1991)
Como Produtor
Agora É Que São Elas (1953)
Malteses, Burgueses e Às Vezes (1974)
Sofia e a Educação Sexual (1974)
Os Demónios de Alcácer-Kibir (1977)
Pôr do Sol no Areeiro (1983)
Ritual dos Pequenos Vampiros (1984)
Crónica dos Bons Malandros (1984)
O Barão de Altamira (1986)
O Querido Lilás (1987)
Um Crime de Luxo (1991)
Como Guionista
O Dinheiro dos Pobres (Parceria com César de Sá-1954/6)
Nazaré (Parceria-1952)
Cargos de Direcção
Director Estúdios Cinelândia (1953)
Televisão
Como Actor
O Carlos e a Lena (RTP-1960)
Dr. Borelli (RTP-1960)
As Aventuras de Eva (RTP-1961)
Riso e Ritmo (RTP - 1964)
A Casa de Orates (Telefilme-RTP-1972)
Alves e Companhia (RTP-1974)
Sua Excelência o Ministro(RTP-1975)
Ninguém (RTP-1976)
Os Maias (1979)
O Conde de Monte Cristo/Le Comte de Monte-Cristo (RTP-1979)
Sheiks Com Cobertura (RTP-1979/8)
Retalhos da Vida de Um Médico (RTP-1980)
Lisboa Sociedade Anónima (Série - 1981 a 1983)
Humor de Perdição (RTP-1987)
Como Guionista
Sheiks Com Cobertura (RTP-1979/80)
Como Produtor
Sheiks Com Cobertura (RTP-1979/80)
Rádio
Crónicas de Escárnio e Maldizer (TSF-1996)
Homenagens
Sociedade Portuguesa de Autores (2002)
Prémios
Eduardo Brazão (Conservatório Nacional de Teatro-1949)
Grande Prémio do Cinema Português (Querido Lilás-1987/8)
Prémio La Coruña (O Rei das Berlengas-1978)
Toponímia
Rua Artur Semedo, Porto Salvo, Oeiras, 2740-280
Avenida Artur Semedo, Casal de Vila Chã, Amadora, 2700-783