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Biografias > BIOGRAFIA DE FERNANDO LOPES


BIOGRAFIA DE FERNANDO LOPES

As Fitas da Sua Vida 

Ao falar-se de Fernando Lopes ressalta de imediato a ideia de empenhamento e contribuição no chamado Movimento do Cinema Novo Português (CNP), pois o modo de realizar documentários, ficção, curtas e longas-metragens passou a outro estágio de evolução. Para além de Realizador há, também, a destacar a sua faceta como Argumentista, Produtor, Actor e Montador, tendo sido considerado, nesta última, como um dos melhores montadores de todos os tempos.

A sua natureza levava-o a entregar-se de “alma e coração” a tudo o que fazia, às pequenas e às grandes acções que a vida lhe proporcionou, ou seja, aos Amigos, à boa comida, à descoberta constante dos lugares de Lisboa onde se sentia bem, assim como aos amores, e, como não podia deixar de ser ao Cinema.

fernando joaquim leitao

Um desses lugares foi o Café/Restaurante Vá-Vá, conhecido nos anos sessenta por “ninho de lacraus”, o qual ainda se encontra no cruzamento da Av. dos Estados Unidos da América com a Av. de Roma, em Lisboa, local onde decorriam, normalmente, tertúlias e tudo o mais que tivesse a ver com a 7ª Arte, política, publicidade e todo o tipo de conversas que só a cultura consegue proporcionar, sendo normais os encontros entre os Realizadores do CNP, com destaque para Fernando Lopes, Paulo Rocha, Alberto Seixas Santos, António da Cunha Telles, João César Monteiro e António Pedro Vasconcelos .

Em tempo, publicávamos aqui no site da Colorize Media Learning:

“De acordo com a edição electrónica do Expresso, morreu Fernando Lopes, 76 anos, um dos cineastas portugueses mais importantes. Foi nome predominante do chamado Cinema Novo Português dos anos 60 e a sua acção na RTP marcou uma fase nova na maneira de entender a Televisão entre nós”

Ao que acrescentámos:

“O saber contar histórias através de imagens em movimento e som a condizer, encontraram em Fernando Lopes um dos mais prestigiados realizadores portugueses, de todos os tempos, cuja epopeia se iniciou, de facto, com “Belarmino” (1964), passando por “Uma Abelha na Chuva” (1971), “Nós Por Cá Todos Bem” (1976), "Crónica dos Bons Malandros" (1984), “Matar Saudades” (1987), “O Fio do Horizonte” (1993), "O Delfim" (2002), “Lá Fora” (2004), “98 Octanas” (2006), "Os Sorrisos do Destino" (2009), sendo o seu último trabalho o “Em Câmara Lenta” (2012)”

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Homenagem em Ourém

Nascido a 28 de Dezembro de 1935, em Maçãs de Dona Maria, concelho de Alvaiázere, no distrito de Leiria, Fernando Lopes passaria a infância em Ourém, aos cuidados de uma tia (“a tia Margarida”, como gostava de a tratar), a qual foi uma cinéfila ferrenha e de uma cultura superior, sendo, em parte, a culpada pelo seu gosto pelo Cinema, tendo-se fixado em Lisboa aos 10 anos junto da mãe. Pouco tempo depois começou a trabalhar, tendo como categoria profissional, no seu  primeiro emprego, a de paquete enquanto prosseguia os estudos no ensino técnico.

O despertar, numa fase mais avançada da sua juventude, para a realização aconteceu através do movimento cineclubista, como assumiu mais tarde, tendo sido sócio do Cineclube Imagem, dirigido por José Ernesto de Sousa, no qual teve a oportunidade de ver, como ninguém, muitos filmes censurados à época, o que lhe conferiu a capacidade de absorção do papel importante que representava o Cinema tanto no campo cultural, social e político. 

Tivemos a felicidade de conviver com o Fernando Lopes na sua cruzada na RTP, tanto pela Televisão de qualidade, assim como pelo Cinema baseado em co-produções com os mais capacitados no meio, tanto nacionais como estrangeiros, sendo uma prática normal a sua postura de homem atento e inteligente, sendo comum as  chamadas emoções fortes quando falava-mos das nossas artes, a cinematográfica e televisiva, tendo visto muitas vezes a chamada lágrima ao canto do olho quando a cumplicidade e o desejo de realização de um bom trabalho se vislumbrava ao fundo da rampa.

Em 1959, tornou-se bolseiro do Fundo de Cinema Nacional, indo estudar para a London School of Film Technic, no Reino Unido, onde obteve o diploma de realização de Cinema, em 1961, tendo então estagiado na televisão pública britânica, a BBC (British Broadcasting Company).

Após o regresso de Londres realizou, de imediato, "Belarmino", com a suprema produção de António da Cunha Telles, uma média metragem sobre a vida do pugilista português Belarmino Fragoso, o qual se tornou na sua primeira grande obra, em particular na área documental. A crítica considerou o filme a obra-chave do movimento do novo cinema português, a par de "Dom Roberto" (1962), de Ernesto de Sousa, e "Verdes Anos" (1963), de Paulo Rocha.

Chama-se a especial atenção ao facto de que quem tivesse ficha na PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), ou melhor, na polícia ao serviço do regime de então, como aconteceu com Fernando Lopes, não havia subsídios para ninguém, o que levou o Produtor António da Cunha Telles a disponibilizar o seu próprio dinheiro para que Belarmino tivesse existência cinematográfica.

abelha chuva bio
Abelha na chuva

Em 1965, Fernando Lopes foi estagiar para Hollywood, tendo realizado no seu  regresso o filme "Uma Abelha na Chuva" (1971), baseado no romance homónimo de Carlos de Oliveira, que, juntamente com "Belarmino" e "O Delfim" (2002), acabariam por se tornar as obras mais conhecidas da filmografia do Realizador. 

Em termos de sinopse, “Uma Abelha na Chuva” não é mais do que a leitura cinematográfica de Fernando Lopes do romance homónimo de Carlos de Oliveira, num filme que encena, de forma admirável, um Portugal rural, desencantado, sombrio e enclausurado, no final da década de 60, no qual um crime brutal vem abalar o estado de adormecimento de então.

As paisagens sonoras abstractas, a impressionante fotografia do Mestre Augusto Cabrita e as inesquecíveis interpretações de Laura Soveral (D. Maria dos Prazeres) e João Guedes (Álvaro Silvestre) juntam-se numa obra de excelência do cinema português.

belarmino

Quanto a Belarmino a história resume-se a:

“Sendo Belarmino tecnicamente analfabeto, teve a oportunidade de sair da miséria em que vivia como engraxador e tornar-se num campeão internacional de boxe, mas perdeu-a. Esta história verídica, vista aos olhos de hoje, obriga-nos a tomar consciência da miséria cultural que se vivia no País nessa época.

Num português muito mal falado, o boxeur e o seu manager apresentam argumentos que justificam o desentendimento entre ambos e o consequente fracasso profissional de Belarmino.

Mas, entrecortado com este litígio, toma contornos perante os nossos olhos um homem muito autêntico na sua imensa simplicidade, cheio de contradições, de vícios, dono de uma moral duvidosa, Belarmino é um homem lusitano, no aspecto físico, na coragem, na miséria. Belarmino é um boxeur pintor de fotografias ao detalhe, disparidade a que só a miséria dá sentido.

A banda sonora, o tema, as tomadas de vista, a fotografia e o som são influenciados nitidamente pela nouvelle vague, contudo o filme é profundamente neorrealista na humanidade da figura, no tema, na envolvência poética com que a denúncia social é feita.

Como documentário imortalizou um homem que quis a imortalidade e não soube conquistá-la, cristalizou instantes de uma Lisboa muito diferente, onde as ousadias, a juventude, a sexualidade tinham contornos hoje desaparecidos, o que nos deixa a reflectir sobre a efemeridade do que temos como definitivo.

O grande Augusto Cabrita recebeu o prémio do SNI (Secretariado Nacional de Informação) pela fotografia do filme”

fernando l juri

Em 1969 foi nomeado presidente do Centro Português de Cinema, cooperativa de cineastas apoiada pela Fundação Calouste Gulbenkian, tendo leccionado no Curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema, de Lisboa, e dirigiu, com António Pedro Vasconcelos, a revista Cinéfilo, editada no início da década de 1970. 

"Cantigamente", "As Armas e o Povo", um filme colectivo, "The Bowler Hat", "Interlude" e "The Lonely Ones" são outros trabalhos do cineasta, tendo-se que juntar a estes o documentário "O Meu Amigo Mike ao Trabalho", sobre o artista Michael Biberstein, dirigido em 2008. 

A versão portuguesa da curta-metragem "Kali, o pequeno vampiro", de Regina Pessoa, apresentada no Indie Lisboa 2012, conta com a narração de Fernando Lopes.

"Lovebirds", de Bruno de Almeida, protagonizado pelo realizador, e "Provavelmente Fernando Lopes", de João Lopes, são dois filmes que fazem justiça ao carácter do cineasta.

Para Alberto de Seixas Santos:

“O Fernando foi, sempre, um grande entusiasta pelo Cinema nacional, ao que juntou uma grande capacidade de motivação de todos os que com ele colaboravam.

Numa palavra o Fernando era generoso. E essa generosidade ele passava-a para os filmes, e para o seu amor às pessoas. Havia nos seus filmes algo de fervoroso, de quente, que era muito bonito e pouco comum. A sua presença era muito motivadora e entusiasta.

Ele acreditava que era possível fazerem-se coisas, e esteve em várias frentes: na Televisão, no Cinema, na fundação do Centro Português de Cinema.

…Os acessos de fúria que tinha passavam-lhe rapidamente porque o que ele era, de facto, não passava de um entusiasta, um ousado no meio do cinema português. Esse é um aspecto determinante não só do trabalho do Fernando como da imagem que as pessoas tinham dele. Era alguém muito ligado à terra [Alvaiázere] mas depressa se tornou num lisboeta convicto. Ele e a noite de Lisboa eram uma e a mesma coisa e provavelmente tornou-se numa das figuras mais típicas da noite lisboeta”

fernando l rodagem

As palavras do actor Rui Morrisson resumem-se a:

"O Fernando era combativo, generoso e um contador de histórias. A sua sensibilidade e inteligência faziam-no defender a ética do cinema como a ética da vida. Para ele não havia distinção. O cinema, mais do que uma questão estética, era uma questão ética. E os actores não eram, para ele, marionetas, eram cúmplices. Foi um privilégio poder ter convivido com o Fernando Lopes nos últimos dez anos. Vivi, através das histórias que ele contava, a Lisboa dos anos 50. Aprendi tanta coisa com ele. Sobre Cinema, sobre representação, sobre a vida. Ele punha a sua vida nos filmes”

De acordo com as palavras de António Pedro Vasconcelos:

“Foi um homem que procurou sempre construir pontes, evitar roturas no cinema português, e cuja autoridade para tal lhe era reconhecida, teve uma acção fundamental antes e depois do 25 de Abril de 1974”

Tendo, destacado que:

“O documentário Belarmino foi o melhor filme feito em Portugal, e em qualquer parte, sobre uma personagem, pois ele, o Fernando Lopes, foi um grande documentarista”

António Pedro Vasconcelos lembrou a experiência que teve com o Realizador na revista Cinéfilo (1973-1974) que qualificou como absolutamente excepcional.

“Ele era o Director e eu o Chefe de Redacção, mas foi uma experiência inesquecível; a revista teve um papel singular no panorama das artes, do espectáculo e da cultura em Portugal, o que se deve ao facto do Fernando Lopes ser esse homem capaz de construir pontes, de dialogar, de respeitar as opiniões diferentes da sua” 

Nos últimos 30 anos da sua vida dividiu-se entre a Televisão e o Cinema, o documentário e a ficção, com filmes como Nós Por Cá Todos Bem (1978), presente na Quinzena dos Realizadores, em Cannes, Crónicas dos Bons Malandros (1984),  o qual participou no Festival de S. Sebastian, baseado no romance homónimo de Mário Zambujal, revelando-se numa crónica da Lisboa mítica que a modernidade ia apagando do mapa. 

Matar Saudades (1987, Festival do Rio de Janeiro) relata a história de um emigrante que regressa à sua terra natal para descobrir que lá só a morte o esperava. Em 1992, dirige O Fio do Horizonte, a melhor adaptação até hoje feita de um romance de António Tabucchi, valendo a Fernando Lopes o Grande Prémio e Prémio de Melhor Actor e Melhor contribuição Artística no Festival de Amiens (França), além de ter integrado a Selecção Oficial dos Festivais de Roterdão e S. Francisco.

o delfim poster 

Em 2001, Fernando Lopes volta a adaptar um romance, desta vez de um dos maiores escritores portugueses do séc. XIX, José Cardoso Pires, “O Delfim”, com rodagem em Ourém e argumento de Vasco Pulido Valente, distinguiu-se com grande êxito no cinema português, integrando, em 2002, a Selecção Oficial, em Competição no Festival de Montreal, tendo sido seleccionado como candidato português ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro da Academia Americana de Cinema.

De acordo com as palavras do Realizador:

“O Delfim foi, sobretudo, um prodigioso pretexto cinematográfico para entender paixões e emoções, misérias e grandezas de um Portugal agonizante, em plena guerra colonial e com o seu ditador (Salazar) a morrer lentamente, tal como o País”

Consagrando-se como figura incontornável da produção cinematográfica em Portugal, Fernando Lopes dividiu-se entre o documentário e a ficção, realizando mais de 50 filmes, ao longo de toda a sua carreira, tendo visto o seu trabalho ser distinguido, tanto em Portugal como no estrangeiro.

A sua carreira foi celebrada em 2002, pelo FESTROIA (Festival Internacional de Cinema de  Setúbal),  com  uma  homenagem  aos  40  anos  do  seu  trabalho  como Realizador, sendo galardoado com o “Golfinho de Ouro”.

Em 2008, foi a vez do Fantasporto lhe prestar tributo distinguindo-o com o “Prémio Especial de Carreira”. 

camara lenta
Em Câmara Lenta

O seu último filme, “Em Câmara Lenta” (2012), teve a produção de Paulo Branco, o argumento de Rui Cardoso Martins a partir do romance "Em Câmara Lenta", do escritor e advogado Pedro Reis, publicado em 2006, sendo os protagonistas Rui Morrison, João Reis, Maria João Bastos e Maria João Luís.

fernando lauro antonio

O Realizador e Crítico de Cinema Lauro António, recorda:

“Do Fernando Lopes recordo, para lá dos seus filmes, os encontros no Vá-Vá e no Luanda, com o seu blusão de couro, o seu whisky, o seu café e o seu cigarro. O sorriso no seu rosto, a palavra doce, a generosidade do gesto. “Senta aí!”

Para lá do convívio com os filmes, muitos deles dos mais belos do cinema português, de “Belarmino” a “Uma Abelha na Chuva”, de “O Fio do Horizonte” a “O Delfim”, fica o encontro com o homem, encontro que fiz questão de ser constante ao longo de alguns Festivais que fui realizando, onde esteve em todos como Presidente de Júri. Ele era um dos melhores da geração do Cinema Novo, continuou a ser uma dos melhores. Lembro-me dele, em Portel, sentados ambos num banco de jardim, saboreando a aragem alentejana. Saboreando a vida”

Fernando Lopes integrou a equipa inicial de jovens profissionais que fundou a RTP, onde ingressou em 1957, logo no arranque das emissões regulares.

Foi director do Canal 2, da RTP, o qual chegou mesmo a assumir o seu nome, "Canal Lopes", sob a presidência de João Soares Louro, entre o final da década de 70, do século passado.

Na RTP, Fernando Lopes fundou, ainda, o Departamento de Co-Produções Internacionais, com especial relevância tanto para o Cinema nacional como para a própria Televisão. 

 

Filmografia

The Bowler Hat (1960)

Interlude (1960)

The Lonely Ones (1960)

Marinha Portuguesa (1961)

Ano Mundial do Refugiado (1961)

Domingos Sequeira (1961)

O Voo da Amizade (1961)

As Pedras e o Tempo (1961)

A Cidade das Sete Colinas-Marçano Precisa-se (1962)

Este Século Em Que Vivemos (1962)

As Palavras e os Fios (1962)

1X2 (1963)

Rota do Progresso (1964)

Belarmino (1964) 

Se Deus Quiser (1966)

Cruzeiro do Sul (1966)

Tejo na Rota do Progresso (1967)

Hoje, Estreia (1967)

Vermelho, Amarelo e Verde (1969)

Era Uma Vez... Amanhã (1972)

Nacionalidade: Português (1972)

Aventura Calculada (1972)

Uma Abelha na Chuva (1972)

O Encoberto (1975)

As Armas e o Povo (colectivo-1975)

Habitat (1975)

Cantigamente (1976)

Sons e Cores de Portugal (1977)

Nós por cá Todos Bem (1978)

Lisboa (1979)

Altitude 114 (1980)

Crónica dos Bons Malandros (1984)

Matar Saudades (1987)

O Fio do Horizonte (1993)

Se Deus Quiser (1996)

Gérard Fotografo (1997)

Lissabon Wuppertal Lisboa (1998) 

Gérard, Fotógrafo (1998)

Cinema (2001) 

O Delfim (2002)

Tomai Lá do ONeill (2004)

Lá Fora (2004)

98 Octanas (2006)

Ela por Ela (2006)

O Meu Amigo Mike ao Trabalho (2008)

Os Sorrisos do Destino (2009)

Em Câmara Lenta (2012)

 

Fontes: Blogue “Lauro António Apresenta”e Blogue ípsilon, entre vários.

 

 

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