TRIBUTO AOS SEUS OBREIROS
A ideia de uma pesquisa tão profunda, quanto possível, do que foi ou ainda está a ser feito por aqueles que, segundo nossa opinião, contribuíram para que o Audiovisual no nosso País, nas suas várias vertentes, que contempla o Cinema, Televisão, Áudio, Vídeo, assim como actividades conexas, vai deixar de ser um sonho e passar a uma realidade a partir de hoje.
Semanalmente será feita a incursão por uma das figuras presentes na enorme lista que elaboramos, a qual vai levar muitos anos a ser esgotada, isto graças à enorme quantidade de biografias a ser feita, assim como aos novos valores que entretanto vão surgindo e que irão merecer o lugar de destaque para o qual contribuíram com o seu saber e acção.
Com excepção das duas primeiras biografias, concretamente, Aurélio Pais dos Reis e Nuno Fradique, duas referências para o Autor, e pioneiros nas suas actividades, respectivamente, Cinema e Televisão, o nosso percurso não irá respeitar qualquer ordem cronológica nem a maior ou menor importância do visado no contexto histórico do tema que estamos a tratar, ou seja, do Audiovisual enquanto arte que se vê, ouve ou sente.
A história faz-se com Homens e Mulheres, nalguns casos pela pior razão, mas no nosso relato a mesma será constituída apenas por aqueles cujo contributo ajudaram a que o meio em causa desse um passo em frente, quer pela novidade da técnica empregue, pela linguagem, movimento ou outra razão que nos legou o que hoje podemos desfrutar com mais facilidade, mais qualidade e até ao uso generalizado do meio, implicando o mesmo num desenvolvimento mais rápido e eficaz dada a abrangência que este passa a dispor.
Desde o arranque do Cinema e da Televisão em Portugal até aos dias de hoje, várias foram as situações que implicaram a resposta adequada no momento certo, sob pena de se chegar atrasado ou a conclusões precipitadas que conduziram a soluções menos conseguidas, resultando, por tal razão, à perda de uma oportunidade de se avançar em sintonia com o desenvolvimento alcançado no estrangeiro, como foi o caso do arranque do sonoro, cor, digital, alta definição, 3D e das inovações que se vão seguir como, 4K, 8K, cheiro, tacto e holografia.
António da Cunha Telles
Grandes nomes como o de Manoel de Oliveira, António da Cunha Telles, Luís Andrade ou Herlânder Peyroteu, irão fazer companhia a outros menos conhecidos do grande público, cujo tratamento será por nós dado o tratamento mais adequado, havendo para aqueles que cruzaram a nossa existência no meio o carinho, a citação de frases ou conceitos, um lugar de maior destaque, pois a sua história não nos foi contada por outros através da sua escrita ou troca de impressões com o Autor, mas vivida no dia-a-dia da nossa actividade desde há largas décadas.
O Cinema através do seu longo percurso em Portugal revelou-nos muitos casos de estudo, com protagonistas reais que por vezes se confundem com a ficção a ele associada, sendo neste aspecto dado o destaque não só à sua envolvência no meio, mas, também, a revelação de aspectos interessantes da sua vida enquanto cidadão ou cidadã, sempre que os dados disponíveis nos permitam ir mais além no relato da pessoa visada.
No que respeita a Televisão a tarefa está muito mais facilitada dado que vivemos no meio desde 1963, ou seja, só “perdemos” sete anos de contacto directo com os que a partir de agora vão ser sujeitos à elaboração da sua biografia, desde o arranque das emissões experimentais verificadas na então Feira Popular, hoje espaço onde se encontra instalada a Fundação Calouste Gulbenkian.
No sentido que nos conduza a histórias mais ricas com os visados, lançamos um apelo a todos os nossos visitantes que disponham de fotografias, notícias de jornais de época ou outros elementos, que nos façam chegar as mesmas, dado ser impossível levar a bom porto este trabalho tão enorme quanto ambicioso.
É que os heróis do Audiovisual são merecedores da atenção e carinho que lhes possamos dedicar.